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Dia dos Pais

  • Foto do escritor: Ana
    Ana
  • 1 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 8 de ago. de 2020

Iniciou agosto e a contagem para o dia dos pais. Propagandas de presentes enchem a televisão e internet. Mais uma data comercial para a conta.


Mas será que você percebe o verdadeiro sentido dessa data?


Em um mundo onde o papel de pai é minimizado, e parece que pais possuem menos responsabilidade que mães, os pais que deixam para trás esse estigma social, e agarram sua responsabilidade lado a lado a mãe, merecem todo o respeito.


A minha referência de figura paterna é um tanto quanto precária. Eu não tive um pai presente. E hoje olho os meus amigos sendo pais, e fico tão orgulhosa da forma como eles se transformaram para exercer esse papel, que vejo minha referência sendo formada ali. E fico tão feliz por isso.


Eu passei muitos dias dos pais na escola fazendo presentes para entregar a minha mãe. Ela também é teu pai, diziam para mim. Até um termo foi inventado - PÃE. Um desses presentes ficou marcado na minha memória. Um adesivo.


A mensagem no adesivo era: Pai, quero seguir teus passos. E haviam vários pezinhos desenhados. Como adaptar esse presente para a aluna que não tinha pai presente? A ideia da professora foi complementar a frase, que ficou assim: Mãe, você vale como um Pai, quero seguir teus passos. Problema resolvido!


Mas sabe o que essa mensagem trás? Que uma mãe pode substituir um pai, cumprir os dois papéis. E eu não tenho do que reclamar. Minha mãe fez um papel excepcional na minha criação, ela foi maravilhosa e nunca me deixou sentir falta de nada. Mas ela não foi meu pai.


O papel de pai sempre ficou vazio. Não só na certidão de nascimento. E eu demorei muito a entender isso. A compreender que cada um tem seu papel na vida, e escolhe exercê-lo ou não. E mesmo escolhendo não exercê-lo, não anula o fato de que o papel existe.


Eu tenho uma família cheia de amor, com pessoas que fazem parte de cada momento desde que eu nasci. Eu nunca me senti sozinha. Eu sempre tive todo o apoio e carinho que necessitava. Mas eu não tive um pai. E não digo isso para que sintam pena. É um fato.


E compreender isso foi libertador para mim. Porque ao sentir pena de histórias assim, as pessoas tendem a transmitir esse sentimento. E esse não é um sentimento legal de receber. Ainda mais quando não se está preparado para isso.


Eu tenho pai e mãe. Só que o meu pai não quis exercer seu papel. E isso define muito mais ele, do que a mim.


Hoje no Brasil existem mais de 5,5 milhões de crianças que não possuem o nome do pai em suas certidões de nascimento. A responsabilidade de ser pai pesa. E isso reflete nas mais de 12 milhões de mães solo que também existem no Brasil.


A impressão que tenho é que o papel de pai é opcional, e o de mãe obrigatório.


Por isso pergunto novamente - Será que você percebe o verdadeiro sentido dessa data?


Ela vai muito além de comemorar e presentear o seu pai. É uma data para repensar o papel de pai. Porque ser pai é muito mais que dinheiro e tapinha nas costas. Ser pai é assumir responsabilidades e estar presente. Presente de verdade.


Fazer parte da educação, das brincadeiras, do choro, das risadas, das conquistas, dos puxões de orelha, do crescimento e amadurecimento do filho. O pai é uma figura importante, seja ele quem for. Mas é preciso dedicação para exercer esse papel.


Que a reflexão que esse dia trás seja feita também nos outros dias do ano. Porque ser pai é eterno, e nunca é tarde para começar a exercer esse papel.

 
 
 

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